madridd1997

 
registro: 11/05/2008
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PIDO SILENCIO .....PEÇO SILÊNCIO (PABLO NERUDA)

PIDO SILENCIO
AHORA me dejen tranquilo.
Ahora se acostumbren sin mí.

Yo voy a cerrar los ojos

Y sólo quiero cinco cosas,
cinco raices preferidas.

Una es el amor sin fin.

Lo segundo es ver el otoño.
No puedo ser sin que las hojas
vuelen y vuelvan a la tierra.

Lo tercero es el grave invierno,
la lluvia que amé, la caricia
del fuego en el frío silvestre.

En cuarto lugar el verano
redondo como una sandía.

La quinta cosa son tus ojos,
Matilde mía, bienamada,
no quiero dormir sin tus ojos,
no quiero ser sin que me mires:
yo cambio la primavera
por que tú me sigas mirando.

Amigos, eso es cuanto quiero.
Es casi nada y casi todo.

Ahora si quieren se vayan.

He vivido tanto que un día
tendrán que olvidarme por fuerza,
borrándome de la pizarra:
mi corazón fue interminable.

Pero porque pido silencio
no crean que voy a morirme:
me pasa todo lo contrario:
sucede que voy a vivirme.

Sucede que soy y que sigo.

No será, pues, sino que adentro
de mí crecerán cereales,
primero los granos que rompen
la tierra para ver la luz,
pero la madre tierra es oscura:
y dentro de mí soy oscuro:
soy como un pozo en cuyas aguas
la noche deja sus estrellas
y sigue sola por el campo.

Se trata de que tanto he vivido
que quiero vivir otro tanto.

Nunca me sentí tan sonoro,
nunca he tenido tantos besos.

Ahora, como siempre, es temprano.
Vuela la luz con sus abejas.

Déjenme solo con el día.
Pido permiso para nacer.

PEÇO SILÊNCIO

Agora me deixem tranqüilo, agora se acostumem sem mim.
Eu vou cerrar os meus olhos, somente quero cinco coisas.
Uma é o amor sem fim. A segunda é ver o outono.
Não posso ser sem que as folhas voem e voltem à terra.
A terceira é o grave inverno, a chuva que amei,
A carícia do fogo no frio silvestre.
Em quarto lugar o verão redondo como uma melancia.
A quinta coisa são os teus olhos, Matilde minha, bem-amada,
Não quero dormir sem teus olhos, não quero ser sem que me olhes,
Eu mudo a primavera para que me sigas olhando.
Amigos, isso é quanto quero. É quase nada e quase tudo.
Agora, se querem, podem ir. Vivi tanto que um dia
Terão de por força me esquecer, apagando-me do quadro-negro,
Meu coração foi interminável. Porém, porque peço silêncio
Não creiam que vou morrer, passa comigo o contrário,
Sucede que vou viver. Sucede que sou e que sigo.
Não será, pois lá bem dentro de mim crescerão cereais,
Primeiro os grãos que rompem a terra para ver a luz,
Porém a mãe terra é escura, e dentro de mim sou escuro,
Sou como um poço em cujas águas a noite deixa suas estrelas
E segue sozinha pelo campo. Sucede que tanto vivi
Que quero viver outro tanto. Nunca me senti tão sonoro,
Nunca tive tantos beijos. Agora, como sempre, é cedo.
Voa a luz com suas abelhas. Me deixem só com o dia.