A minha infância teve sabor de algodão doce, cores de guaches misturadas, cheiro de tutti frutti, toque suave de uma rosa e o som de risos.
Experimentava o mundo, descobria sensações diversas. Usava meus cinco sentidos associados à intuição.
Construía casas com palitos de picolé ou moldava com as massinhas de modelar um mundo só meu.
Os jogos me deram a percepção de que precisava de estratégias. Fizeram-me entender que para eu mudar de fase, eu necessitava de treino e que cada vez que tentava, tornava-se mais fácil porque eu ia vencendo as minhas limitações. Seria assim no jogo da vida? Se pararmos para analisar, perceberemos que recebemos o suporte teórico para a vida na infância. Aos que dizem que a vida não vem com manual de instrução, eu os questiono, será mesmo essa afirmativa de tudo correta? Intuitivamente, queremos só mudar de fase, vencer-nos, porque somos nós mesmos o objetivo final do jogo da vida.
E os heróis, eu achava tão perfeito o Superman que até hoje acho lindo homens de óculos.
É tão bom brincar, tão bom ser criança! Colocar todos os meus sentidos para experimentar a vida, todos meus verbos: pintar, correr, sorrir, sonhar...
A criança pula em uma piscina sem saber nadar, o adulto avalia os riscos e não se atira em nada. Poderíamos ser o meio termo, analisar com a sabedoria de um adulto e se jogar com a coragem de uma criança. Afinal, pode não perceber, mas há uma criança em você.
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