Será que preciso saber de todas as notícias?
Basta pegar o celular, logo de manhã, para recebermos um bombardeio de notícias, algumas boas, outras nem tanto; algumas catastróficas, outras falsas; e assim vai durante todo o dia. O excesso de informações faz parte do nosso contexto atual. Se, num passado não tão distante, tínhamos de ir até às notícias – comprando jornais diariamente ou revistas periódicas – hoje, elas vêm até nós das mais diversas formas.
A questão é: nem sempre ficar sabendo de tantos fatos nos fazem estar realmente informados, porque a informação para ser útil deveria estar vinculada à produção de conhecimento, humanização ou resolução de problemas. Se a informação não é verdadeira, torna-se uma desinformação e, se é inútil, perdemos o tempo que poderíamos dispensar para atividades mais enriquecedoras(como estar mais próximos da família: pai, mãe, filhos, abrir a janela e desejar um bom dia para o vizinho(a) ...)
O avanço tecnológico fez as notícias chegarem com tanta velocidade a ponto de causarem em nós a autoexigência de nos manter informados. No entanto, esse excesso de notícias nos põe em contínua ansiedade, estresse e dispersão. Muitas pessoas em tais estados adoecem uma sociedade inteira. Em 1996, o físico espanhol Alfons Cornella criou o termo “infoxicação”, com a junção das palavras informação e intoxicação. Consiste na doença causada quando consumimos mais informação do que nosso cérebro é capaz de absorver e processar. Veja que, a doença não é de agora, porém, o coronavírus a impulsionou, no momento em que ficamos conectados o tempo inteiro e ansiosos por notícias que nos ajudem a entender o que estamos vivendo.