SHARITHA

 
registro: 14/07/2008
NAO tenho paciência pra mimimi ,nem tempo pra bla...bla...bla..DESCULPE-ME....????
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214 dias h

TERMINAR UM AMOR DÓI. MAS FICAR NUM AMOR TERMINADO DÓI MAIS AINDA

Há projetos que já nascem sem futuro. Barco furado que a gente entra por falta de opção ou de juízo. Talvez um pouco dos dois. A gente sabe que não vai longe. Sabe que vai ficar na mão no meio do lago. Prevê a triste e sofrida volta a nado. Porque embarca? Embarca por medo de sofrer.

Todos em volta sabiam? Todos te avisaram? Pois que atire a primeira pedra quem nunca entrou em furada movido por desespero. Desespero é o combustível que nos move ao abismo.

A moça tem um namorado. Mas por questões geográficas e profissionais, só se encontram duas vezes por ano. Muitos amores sobrevivem à distância. Muitos amores, inclusive, só sobrevivem por conta da distância. Talvez com o dia a dia não se mantivessem em pé.

Está cada dia mais fácil ficar perto longe. Cartas que levavam até oito dias para ir, mais oito para voltar, agora viraram mensagens e demoram segundos. A questão é que, sem dúvida, um abraço, um cheiro, olho no olho faz falta. E o corpo, esse rebelde, reclama, geme, reage mal à solidão. Corpo tem seus desejos que gritam e urgem. Um corpo pouco atendido dá trabalho.

Imagine um casaco. Quanto mais juntinha a trama, mais ele aquece e conforta. Uma trama aberta, esburacada, passa vento, não é suficiente, nem resolve. Assim é com o amor. Há quem se aqueça com um só casaco. Outros precisam de várias peças de roupa e usam todas simultaneamente.

Distâncias podem ser geográficas ou internas. Trai o que está longe. Mas também trai o que dorme do lado toda noite. O que leva uma pessoa a trair, não sei. Pode ser que a relação esteja mais fraca. Pode ser que a pessoa tenha essa dinâmica mesmo e trai já por vício. Homens traem? Conheço homens que não traem. Conheço mulheres que pulam a cerca tanto que a cerca já está até meio torta.

A moça descobriu seu namorado marcando encontro com outras pelo face, isso mesmo: outras. Ele negou claro. A regra é essa: negar até a morte, confessar nunca. Mas mensagem no Facebook é como batom na cueca: não há desculpa, a prova é clara e fala por si mesma.

O rapaz pediu clemência. Não se sabe se por medo ou por amor, a moça perdoou. A dose se repetiu. Ele negou novamente, agora pede pra ela uma outra chance. Ele diz que a ama. E agora José? Você engolia mais essa? Você acreditava?

O moço diz que ama. Será? Falar é fácil, mas palavras o vento leva. Quem ama não fura olho, não bota o pé na frente, nem apronta pelas costas. Isso não é amor. Amor respeita esteja onde for, anda junto mesmo distante, aquece mesmo onde o braço não alcança.

Não sei nem se em outra situação e se vocês fossem vizinhos, seria diferente. É certo que esse amor quase platônico é atrapalhado por um corpo vivo e carente. O moço já mostrou claramente e mais de uma vez que não vai conseguir ficar só. Não vai e nem quer.

Está bom assim para você, moça? Tem certeza de que vai conseguir lidar com isso? Será capaz de aceitar essa situação?

Vou abrir o verbo e dar a minha opinião. Sem nenhum juízo de valor, acho que não há certo nem errado quando se trata de amor. Mas me preocupo com a sua autoestima em ficar imersa nessa história. A tendência da pessoa traída é se sentir culpada, pior, inferior. Não é uma posição saudável.

As pessoas sofrem por medo de terminar e sofrer, medo de ficarem sós e sofrer. Ironia. Sofrem muito mais na manutenção de um amor já enlutado. Terminar um amor dói. Mas às vezes é a única saída. A única saída saudável, pelo menos.

Cair fora, nesse momento, pode ser sua salvação. Com toda a dor q isso inclua, porque terminar um amor dói. Mas ficar num amor terminado dói mais ainda.

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