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registro: 04/06/2012
Sejamos pessoas boas, corações generosos, doadores, caridosos em essência Divina... e assim, através de nosso querer, repartir.
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Conto de Natal

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A noite é quase gelada...

Contudo, Mariazinha

É a menina de outras noites

Que treme, tosse e caminha...


Guizos longe, guizos perto...

É Natal de paz e amor.

Há muitas vozes cantando:

“Louvado seja o Senhor!”

A rua parece nova


Qual jardim que floresceu.

Cada vitrine enfeitada

Repete: “Jesus nasceu!”

Descalça, vesto roto,

Mariazinha lá vai...


Sozinha, sem mãe que a beije,

Menina triste, sem pai.

Aqui e ali, pede um pão...

Está faminta e doente.

-“Vadia, saia depressa!”


É o grito de muita gente.

-“Menina ladra! outros dizem.

-“Fuja daqui, pata feia!

Toda criança perdida

Deve dormir na cadeia.”


Mariazinha tem fome

E chora, sentindo em tormo

O vento que traz o aroma

Do pão aquecido ao forno.


Abatida, fatigada,

Depois de percurso enorme,

Estira-se na calçada...

Tenta o sono mais não dorme.


Nisso, um moço calmo e belo

Surge e fala, doce e brando:

- Mariazinha, você

Está dormindo ou pensando?


A pequenina responde,

Erguendo os bracinhos nus:

- Hoje é dia de Natal,

Estou pensando em Jesus.


- Não recorda mais alguém?

E ela, a chorar, disse: -Eu

Penso também com saudade,

Em minha mãe que morreu...


- Se Jesus aparecesse,

Que é que você queria?

- Queria que ele me desse

Um bolo da padaria...


Depois de comer, então

- E a pobre sorriu contente

Queria um par de sapatos

E uma blusa grande e quente...


Depois... queria uma casa,

Assim como todos têm...

Depois de tudo... eu queria

Uma boneca também...


- Pois saiba riazinha,

Eu lhe digo que assim seja!

Você hoje terá tudo

Aquilo que mais deseja.


- Mas, o senhor qm é mesmo?

E ele afirma, olhos em luz:

- Sou seu amigo de sempre,

Minha filha, eu sou Jesus!...


Mariazinha, encantada,

Tonta de imensa alegria,

Pôs a cabeça cansada

Nos braços que ele estendia...


E dormiu, vendo-soutra,

Em santo deslumbramento,

Aconchegada a Jesus

Na glória do firmamento.


No outro dia, muito cedo,

Quando o lojista abre a porta,

Um corpo caiu de leve...

A menina estava morta.


Ditada por Francisca Clotilde